segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jornalismo e o Twitter

por Leonardo Muratore
@leomuratore





O Jornalismo enfrenta um momento de reflexão sobre o seu papel na sociedade, e também sobre como deve utilizar as novas tecnologias para aumentar a sua rentabilidade. Mas o cenário não é dos mais favoráveis. A realidade é que o jornalismo ainda não sabe utilizar a ferramenta de forma inteligente e integradora.

Sempre que alguma novidade tecnológica surge, os jornais presumem estarem sob ameaça de extinção quando muitas vezes o cenários não é exatamente esse. A internet, por exemplo, chegou às redações com tom ameaçador, mas na verdade é uma importante aliada para publicações que procuram se reinventar e se aproximar dos leitores.

Transformar a internet e suas plataformas em aliados é uma atitude sabia, mas outros serviços que surgiram dentro da rede colocaram os jornalistas em uma encruzilhada. Especialmente o Twitter, o RSS dinâmico que compartilha mensagens de 140 caracteres tem sido um pesadelo para muitos jornalistas e jornais de grande circulação.

A princípio, o Twitter é utilizado pelos perfis de revistas e jornais apenas como “espalhador” de conteúdo, pura e simplesmente. De nada adianta criar perfis e monitorá-los se as notícias são totalmente ancoradas nas páginas, e são desenvolvidas internamente, sem averiguação das vontades dos seguidores desses perfis. Se isso fosse realizado com seriedade, os jornalistas poderiam, efetivamente, capturar a atenção dos usuários da rede, além de poder medir a reação deles às matérias veículadas, algo muito facilitada pela comunicação horizontalizada da ferramenta.

Além disso, a transformação do Twitter em um canal para furos de reportagem também é um complicador para a credibilidade da classe jornalística. Muitos desses furos são publicados antecipadamente no Twitter antes mesmo de serem encaminhados para apurações nas redações. Muitas vezes sem se confirmarem. É uma armadilha perfeita para o jornalista desavisado, que vê uma oportunidade de crédito num ambiente onde erros e gafes não são perdoados, muito menos são aqueles que os proporcionam.

Por essas e outras razões, o Twitter precisa ser olhado com mais carinho pelos jornalistas. Estamos falando de uma ferramenta com mais de 10 milhões de usuáios no Brasil. Eles opinam e possuem gostos especifícos, que são muito seletivos no conteúdo que desejam acompanhar. Se esses desejos forem acompanhados de perto pelos grandes jonais e revistas, o jornalismo pode maximizar a sua exposição online de uma forma muito positiva.