sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A história do rádio

por Ana Sasaki e Dione Lima
@dionelimas2





Desde suas primeiras etapas na história humana, a comunicação se mostra em
constante processo de evolução e demanda de novas ferramentas para sua construção e
aprimoramento. E o rádio tem um papel importante e especial nesta história.


Pelas ondas de Hertz
Em 1893, o professor de física experimental, James Clerck Maxwell apresenta sua
teoria de que existam ondas eletromagnéticas. Este estudo chama a atenção de vários
pesquisadores, um deles foi o alemão Henrich Rudolph Hertz.


Após anos de pesquisa, em 1887 Hertz consegue demonstrar o princípio da propagação
radiofônica. Ele fez saltar faíscas através do ar que separavam duas bolas de cobre. Por
causa disso os antigos "quilociclos" passaram a ser chamados de "ondas hertzianas"
ou "quilohertz".

A partir daí outros pesquisadores começaram a se dedicar em aprimorar esta invenção, e
o rádio evoluiu rapidamente. Em 1893 o padre brasileiro Roberto Landell de Moura, faz
a primeira transmissão de palavra falada, sem fios, através de ondas eletromagnéticas.
Ele foi o precursor nas transmissões de vozes e ruídos. E em 1896, Gluglielmo Marconi
realiza as primeiras transmissões sem fios.

A primeira “estação-estúdio” foi instalada por Lee Forest em 1916 nos EUA, fazendo
acontecer então o primeiro programa de rádio que se tem notícia, e o primeiro registro
de radiojornalismo com a transmissão das apurações eleitorais para a presidência dos
EUA.

A Era do Rádio

A partir de 1919 começa a Era do Rádio. A partir do desenvolvimento dos recursos do
bocal do telefone, em 1920, temos o surgimento do microfone. Após o término da
Primeira Guerra a empresa Westinghouse, que fornecia os aparelhos de rádio para as
tropas norte-americanas durante a guerra, viu seu estoque de aparelhos se acumular.
Decidiu então colocar uma antena no meio do pátio de sua fábrica e distribuir
música para os moradores do bairro, dando início a comercialização do produto e da
radiodifusão.

Esta época ficou conhecida assim devido ao crescimento surpreendente das quantidades
de emissores em tão pouco tempo. Nos EUA em 1921 eram apenas 4 emissoras, ao final
do ano de 1922 já eram 392. E não muito tempo depois as emissoras ganham o direito
de sobreviver com seus próprios recursos, dado ao rádio atividades comerciais.
O Rádio no Brasil

A primeira transmissão de rádio no Brasil foi em 7 de setembro 1922 durante um
discurso do presidente Epitácio Pessoa durante o centenário da Proclamação da
República, onde também foi transmitida a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes.
A primeira estação de rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, foi fundada
em 20 de abril de 1923 por Edgard Roquette Pinto, o pai do rádio brasileiro, e Henry
Morize. Em 1936 ela foi doada por Roquette para o Governo Federal, hoje é conhecida
como Rádio MEC.


Em 1935 Assis Chateaubriand inaugura a Rádio Tupi

A época de ouro do Rádio

No início o rádio era programa para a elite da sociedade. A época de ouro do rádio
brasileiro vem a partir da década de 30 e vai até a de 50, com a popularização dos
programas e se consagrando como a principal fonte de informação e entretenimento
da população. Com a autorização do governo Vargas em 1932, o rádio passa a ter
publicidade divulgada em sua programação, começam a nascer os famosos jingles, spots
e comerciais que viriam a marcar a história da sociedade brasileira.


Com o início da Segunda Guerra, o rádio passou a ter papel importante na transmissão
de notícias sobre o assunto, a partir de 1939 começa o radiojornalismo. No Brasil ele
fica marcado pelo programa Repórter Esso, da Rádio Nacional. Em 1938 o Brasil
acompanha sua primeira Copa do Mundo de Futebol pelo rádio. Os programas musicais
e de auditório também faziam grande sucesso. A primeira radionovela brasileira foi
uma adaptação de uma obra cubana, “Em busca da felicidade” foi transmitida em 1941
e teve enorme audiência, permanecendo no ar por 3 anos, e impulsionou a criação de
outras. O rádio começa então a ter maior influência nos hábitos das pessoas e a marcar a
história do entretenimento brasileiro. A década de 50 ficou marcada pelas transmissões
acaloradas de partidas de futebol, que faziam os telespectadores não querem sair de
frente do rádio para não perder nenhum lance da partida, pois diante das locuções
sempre animadas dos locutores as pessoas achavam que a todo instante havia chances
de gol para os times.
Com a chegada da televisão o rádio vai perdendo especo no dia a dia das pessoas, seus
artistas e anunciantes passam a ir cada vez mais para o novo veículo de comunicação
de massa, e entra em declínio. Já a partir nos anos 60 o rádio já não é mais o mesmo em
termos de audiência e a Era de Ouro chega ao seu fim.